Falhar para ganhar
Falhar.
Eu falho. Tu falhas. Ele/Ela falha. Nós falhamos. Vós falhais. Eles/Elas falham.
O verbo não deixa margem para dúvidas. Todos falhamos e é provável que todos continuemos a falhar. É intrínseco ao ser humano. Mas por alguma razão, passados séculos de História, a palavra continua a ser um dos maiores inimigos do Homem. Ansiamos a perfeição, receamos o erro e esquecemo-nos que, pelo meio, aprendemos, evoluímos e tornamo-nos a melhor versão de nós.
Faça uma pausa. Feche os olhos. Imagine um lugar onde o erro e a hipótese de falhar não ocupam lugar. Todas as decisões tomadas tem consequências positivas e destinadas ao sucesso. O medo de não conseguir, de não corresponder às expectativas e de não cumprir objetivos não existe. Mas onde fica a viagem? A de ir à luta? De autorrealização? Se falhar não existir, viver também não, porque tal como nos diz Robin Sharma, no livro “O Santo, o Surfista e a Executiva”, o fracasso costuma fazer as pessoas pensar. Desperta-nos para quem somos realmente e para o que verdadeiramente queremos, acabando assim com a autocomplacência.
Falhar desafia-nos constantemente.
Sem a hipotética presença do falhanço, não existe risco, e sem risco não existem os desafios que tanto nos preenchem.
Mesmo quando falhamos e não conseguimos atingir o nosso desafio com sucesso, temos de admitir que enfrentar uma situação arriscada, acaba por ser recompensador. Lutar por algo torna-nos mais persistentes. É um sinal de coragem e também nos alimenta o ego.
Falhar contribui para a aprendizagem.
Todos sabemos que depois de um falhanço, por norma, vem uma aprendizagem. Tal como é comum ouvirmos os nossos pais e avós dizerem “deixa-o cair, para aprender a levantar-se”.
Percebermos o que não funciona, o que não devemos fazer e como é que determinada situação não deve ser gerida. É através dos sucessivos falhanços que vamos aprimorando as nossas competências e capacidades e aprendemos a ser melhor.
Falhar cria novas oportunidades.
Não é segredo nenhum – e já todos ouvimos dizer – que a magia acontece, fora da zona de conforto. Quando nos desafiamos, superamos os nossos medos. Quando arriscamos, saímos da nossa zona de conforto e com novas abordagens, com novas formas de pensar e novos caminhos, vêm novas oportunidades que nos podem conduzir por lugares outrora inimagináveis. Se não existisse falhanço, não existia risco e sem este nunca poderíamos sair da nossa zona de conforto.
Falhar é necessário.
Nem sempre conseguimos controlar todas as variáveis que nos envolvem e por mais aprendizagens que tenhamos feito, nem sempre é sucesso garantido. Mas, vivermos sem falhanços seria aborrecido, demasiado controlável e seria, por si só, um falhanço.
Lembre-se, todos falhamos. Falhar é humano. Mas com o falhanço, vem a aprendizagem e, consequentemente, a evolução. E todos evoluímos.
Eu evoluo. Tu evoluis. Ele/Ela evolui. Nós evoluímos. Vós evoluís. Eles/ Elas evoluem.
Sara de Sousa