Quando se fala de motivação no trabalho, pensamos automaticamente em salário, benefícios, ambiente de trabalho, desafios, reconhecimento, bónus anual ou festas de aniversário.

Mas constata-se que nem sempre com estes incentivos, alcançamos os resultados previstos.

Então, como motivar uma equipa para alcançar resultados?

De seguida, vamos analisar uma teoria que explica o conceito de motivação em ambiente de trabalho.

Vamos iniciar com a Teoria dos dois fatores de Herzberg.

De acordo com Herzberg, o ser humano tem dois tipos de necessidades: uma, como animal, de evitar a dor, e a outra, como ser humano, de crescer psicologicamente. As pessoas são influenciadas pelos dois fatores.

Fatores Higiénicos (ou externos) – fatores externos às pessoas e ao trabalho em si, mas sem os quais a equipa não está predisposta a motivar-se. Ex: salário, condições de trabalho, equipamentos e iluminação.

Fatores Motivacionais (ou internos) – necessários para motivar um colaborador a realizar a sua melhor performance. Ex: reconhecimento, realização pessoal e grau de responsabilidade.

Há alguns anos, verifiquei que tinha uma colaboradora que durante a hora do almoço, consultava várias páginas de internet com o objetivo de disfrutar uma semana de férias na zona Oeste. Como o ano ainda estava a iniciar, propus que se alcançasse determinados objetivos, a empresa pagava-lhe as férias. Para minha grande surpresa, fez-me uma contraproposta: em vez das férias, queria um computador novo para o seu local de trabalho.

O que no fundo me transmitiu é que os fatores de higiene (condições de trabalho) não estavam satisfeitos). Enquanto isso não ocorresse, eu não conseguiria que ela potenciasse o seu desempenho.

Será que estamos a oferecer todas as condições de trabalho para a nossa equipa sentir-se motivada e alcançar e ultrapassar os objetivos definidos?

Daniel Goleman apresentou-nos o conceito de inteligência emocional. Ele identificou cinco aptidões da inteligência emocional e uma delas é a motivação.

De acordo com vários estudos elaborados junto de grandes empresas, identificou uma relação entre a ansiedade colocada pelo líder e o desempenho das equipas.

Se não for colocada qualquer pressão, o desempenho é nulo; porém se a ansiedade colocada for exagerada, o desempenho também é nulo.

Existe um ponto ótimo na ansiedade colocada, que leva a equipa a atingir um desempenho excelente. Qualquer pressão para lá desse ponto, irá levar a uma quebra de performance.

O grande segredo passa por descobrir, qual o nível de pressão/ansiedade que deve ser colocada por quem gere equipas.

Um dos instrumentos para chegarmos à resposta passa por utilizar a ferramenta DISC. Foi desenvolvida pelo psicólogo William Moulton Marston, que procurava uma forma segura e eficaz de compreender como as pessoas lidam com o ambiente onde vivem e por que apresentam determinadas reações.

Marston conclui que o comportamento das pessoas é condicionado por duas esferas. A interna resulta de sua perceção e avaliação no que se refere ao seu poder em relação ao ambiente. Já a externa está relacionada à análise que ela faz frente a esse ambiente propriamente dito.

Essas duas variáveis despertam, segundo Marston, quatro campos de comportamento, que podem ser moldados de acordo com a situação.

Os trabalhadores com um estilo Dominante apresentam as seguintes características:

- Obtenção de resultados;

- Procuram desafios e riscos;

- Assertivos, determinados, diretos e competitivos;

- Desafiam o status quo;

- Querem respostas claras;

- Têm sucesso em posições de liderança.

 

As características das pessoas com um comportamento Influente são:

- Mentes Ativas;

- Procuram um estímulo exterior e gostam de interagir com pessoas e com o mundo à sua volta;

- Persuasivos e inspiradores;

- Divertem-se e impregnam energia positiva;

- Ideias out of the box;

- Focados no futuro e vivem todas as hipóteses.

 

Os Estáveis são completamente diferentes dos estilos anteriores. São focados nas pessoas e reservadas. Para além destas características também:

- Procuram a harmonia;

- Minimizam conflitos e procuram criar ambientes calmos e seguros;

- Sociáveis, solidários, preocupados com os outros;

- Gostam de padrões de atuação com resultados consistentes e de confiança;

- Preferem apoiar a liderar.

 

Restam-nos os Conscienciosos:

- Focalizam-se em obter rigor e precisão em tudo;

- Questionam constantemente os processos e ideias para terem a certeza;

- Sistemáticos, preocupados com detalhes e eficientes;

- Não se deixam levar pela emoção;

- Discussões baseiam-se na lógica.

 

Se conseguirmos identificar o perfil de comportamento em cada um dos elementos de equipa, torna-se mais fácil saber como motivá-los.

Espero que este artigo vos tenha proporcionado insights para motivarem a vossa equipa profissional e a vossa família neste novo confinamento.

Obrigado pela vossa participação.